terça-feira, 29 de abril de 2014

O processo de coaching como despertar da consciência



O processo de coaching e aconselhamento, especialmente o life coaching tem um papel fundamental no despertar de consciência porque, através de técnicas e perguntas pertinentes, levamos o coachee a acessar arquivos, emoções e desejos muitas vezes adormecidos e que poderá leva-lo a encontrar o seu objetivo primordial e ter uma atitude mais positiva e saudável na condução de sua vida e do contexto ao seu redor.


Os orientais definem que a causa do sofrimento é a ignorância. Nós sofremos não apenas por nossas doenças. Sofremos também por essa ignorância fundamental que é o esquecimento do SER que nós somos. Se quisermos que haja menos sofrimento no mundo precisamos começar, talvez e em primeiro lugar, pelo ato de conhecimento e de fé que é irmos ao encontro de nós mesmos.


No cotidiano...


Estava numa cafeteria no shopping esperando vaga em uma mesa para me sentar. Ao meu lado havia um casal, também aguardando.  Finalmente surgiu uma vaga e, antes mesmo que eu e o casal  pudéssemos nos mover, entra uma mulher empunhando algumas bolsas e um salto alto, acompanhada de um casal de filhos e marido, todos carregados de bolsas. Ocuparam a mesa. Ficamos sem reação, estupefatos, porque percebemos que eles não nos enxergaram. A atendente, muito sem jeito, comunicou o fato à jovem senhora e ela finalmente levantou a cabeça e olhou em volta e descobriu que estávamos ali.  E que aquele lugar não estava ali para ela, como por encanto.
  

Posso afirmar,sem sombra de dúvidas, que a atitude daquela mulher  não foi  motivada por  esperteza, ou senso de oportunidade ou mesmo por desligamento. Nem somente  falta de educação. Embora seja tudo isso junto!!
 

Sua atitude representa, para mim,  um comportamento social  muito estudado e  cada vez mais freqüente: a inconsciência ou o sonambulismo social. Falo de pessoas que permanecem grande parte do tempo e de suas vidas  tão ocupadas com o atendimento de seus desejos mais básicos e/ou imediatos,  que acabam por esquecer e afastar-se  do SER e do desejo primordial.  Pessoas que simplesmente vivem, afastadas  e inconscientes do universo que as rodeiam. Para grande parte  os dias e as noites se sucedem, numa dança monótona e repetitiva, sem sentido. 

Ter consciência não capacita uma pessoa a lidar com essa incompetência social. Mas ajuda a nortear as ações e decisões.  E acho que devemos fazer um esforço consciente de nos mantermos acordado. E andarmos consciente.  Olhar para o lado e não só para frente. Enxergar que além do eu, existe um mundo e que minhas as ações afetam o universo ao redor. E que as coisas consideradas normais não devem ser aceitas, simplesmente porque o senso coletivo não questiona.


O pior é que temos a tendência a acreditar que isso é normal.  Anormal, portanto, é perceber e questionar. O perigo é nos deixarmos embalar por esse canto sedutor da sereia que é acomodação e percebermos com o passar dos anos que dormimos demais, observamos pouco e decidimos menos ainda. E a vida nos levou.


Nem relaxado, nem tensionado. Atento.


Jean Yves Leloup menciona que nada causa mais agitação e sofrimento às pessoas e aos que estão ao seu redor do que uma pessoa afastada do seu objetivo primordial: SER. 


Segundo Pierre Weill:

“Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada. Segundo esta, tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado como normal e, por conseguinte servir de guia para o comportamento de todo mundo e mesmo de roteiro para a educação. Certos fatos e descobertas recentes sobre origens do sofrimento e de doenças e, sobretudo sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica estão a contestar e questionar seriamente a normalidade de certas "normas" ditadas pela sociedade através dos consensos existentes. Está se descobrindo que muitas normas sociais atuais ou passadas, levam ou levaram ao sofrimento moral ou físico ou mesmo de indivíduos, de grupos, de coletividades inteiras ou mesmo de espécies vivas” 




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