O processo de coaching e aconselhamento, especialmente o life coaching tem um papel fundamental no despertar de consciência porque, através de técnicas e perguntas pertinentes, levamos o coachee a acessar arquivos, emoções e desejos muitas vezes adormecidos e que poderá leva-lo a encontrar o seu objetivo primordial e ter uma atitude mais positiva e saudável na condução de sua vida e do contexto ao seu redor.
Os orientais definem que a causa do sofrimento é a ignorância. Nós
sofremos não apenas por nossas doenças. Sofremos também por essa ignorância
fundamental que é o esquecimento do SER que nós somos. Se quisermos que haja
menos sofrimento no mundo precisamos começar, talvez e em primeiro lugar, pelo
ato de conhecimento e de fé que é irmos ao encontro de nós mesmos.
No cotidiano...
Estava
numa cafeteria no shopping esperando vaga em uma mesa para me sentar. Ao meu
lado havia um casal, também aguardando.
Finalmente surgiu uma vaga e, antes mesmo que eu e o casal pudéssemos nos
mover, entra uma mulher empunhando algumas bolsas e um salto alto, acompanhada de um casal de filhos e
marido, todos carregados de bolsas. Ocuparam a mesa. Ficamos sem reação, estupefatos, porque percebemos que eles não
nos enxergaram. A atendente, muito sem jeito, comunicou o fato à jovem senhora
e ela finalmente levantou a cabeça e olhou em volta e descobriu que estávamos
ali. E que aquele lugar não estava ali para ela, como por encanto.
Posso afirmar,sem
sombra de dúvidas, que a atitude daquela mulher
não foi motivada por esperteza, ou senso de oportunidade ou mesmo por desligamento. Nem somente falta de educação. Embora seja tudo
isso junto!!
Sua atitude representa,
para mim, um comportamento social muito estudado e cada vez mais freqüente: a inconsciência ou o sonambulismo social. Falo de pessoas que permanecem grande parte do tempo e de suas
vidas tão ocupadas com o atendimento de
seus desejos mais básicos e/ou imediatos, que acabam
por esquecer e afastar-se do SER e do desejo primordial. Pessoas que simplesmente vivem, afastadas e inconscientes do universo que as rodeiam. Para grande parte os dias e as noites se sucedem, numa dança
monótona e repetitiva, sem sentido.
Ter consciência
não capacita uma pessoa a lidar com essa incompetência social. Mas ajuda a
nortear as ações e decisões. E acho que
devemos fazer um esforço consciente de nos mantermos acordado. E andarmos
consciente. Olhar para o lado e não só
para frente. Enxergar
que além do eu, existe um mundo e que minhas as ações afetam o
universo ao redor. E que as coisas consideradas normais não devem ser aceitas,
simplesmente porque o senso coletivo não questiona.
O pior é que
temos a tendência a acreditar que isso é normal. Anormal, portanto, é perceber e questionar. O perigo é nos deixarmos
embalar por esse canto sedutor da sereia que é acomodação e percebermos com o passar dos anos que dormimos demais, observamos pouco e decidimos menos ainda. E a vida
nos levou.
Nem relaxado,
nem tensionado. Atento.
Jean Yves Leloup
menciona que nada causa mais agitação e sofrimento às pessoas e aos que estão
ao seu redor do que uma pessoa afastada do seu objetivo primordial: SER.
Segundo Pierre
Weill:
“Há na maioria dos nossos contemporâneos
uma crença bastante enraizada. Segundo esta, tudo o que a maioria das pessoas
pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado como normal e, por
conseguinte servir de guia para o comportamento de todo mundo e mesmo de
roteiro para a educação. Certos fatos e descobertas recentes sobre origens do
sofrimento e de doenças e, sobretudo sobre as guerras, a violência e a
destruição ecológica estão a contestar e questionar seriamente a normalidade de
certas "normas" ditadas pela sociedade através dos consensos
existentes. Está se descobrindo que muitas normas sociais atuais ou passadas,
levam ou levaram ao sofrimento moral ou físico ou mesmo de indivíduos, de
grupos, de coletividades inteiras ou mesmo de espécies vivas”
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