segunda-feira, 24 de março de 2014

Equinócio de Áries

Equinócio de Áries Constato perplexa, que estamos a um passo do final do primeiro trimestre de 2014. O tempo não para. Na semana passada o céu no Rio de Janeiro esteve incrivelmente claro e cheio de estrelas, com a lua particularmente bela e brilhante e parecendo mais próxima. Alguém reparou no céu? Não é por acaso. Entramos no Equinócio de Áries. Todos os anos, nos dias 20 ou 21 de março, o Sol cruza o Equador no ponto do equinócio (vernal); nesta ocasião, deixa o Hemisfério Sul e entra no Hemisfério Norte celeste, dando começo à primavera no Hemisfério Norte terrestre e ao outono no Hemisfério Sul. Portanto, este é o ponto fixo do cruzamento dos dois círculos máximos da esfera celeste, a Eclíptica e o Equador. Temos a sensação de que o tempo passa cada vez mais rápido, mas ele vem cadenciado e sempre marca as suas passagens e deixa suas pegadas no universo. É que estamos tão ocupados e preocupados com o cotidiano que nem nos damos conta dos ritos de passagem. Que a natureza criou. E a vida se transforma. E, mesmo que para nós, o mundo pareça caótico e instável, o universo continua seu curso, pelas leis que assim o regem. Os dias se sucedem (teoricamente ainda em 24 horas). As estações mudam durante o ano, independente de sentirmos concretamente. A terra continua girando em torno do seu eixo e em torno do Sol. Os planetas seguem seu curso no mesmo tempo e se revezam pelos espaços. Os mais estudiosos sobre o tema, comprovam a importância e interferência da sucessão dos planetas e suas posições astrais na história do homem e da humanidade, marcando processos históricos. Quando mudanças significativas ocorrem, novas qualidades surgem no comportamento e nas visões filosófica, econômica e religiosa da humanidade. Desde Copérnico, em 1543 sabemos que o Sol está no centro do Universo e não a Terra. Mesmo sabendo disso, não temos como olhar o Universo de fora, ou a partir do Sol. Tudo que olhamos, enxergamos e interpretamos vem a partir da visão da Terra para o Universo. E apesar de estarmos girando todos (planetas) em torno do Sol, toda a visão que possuímos vem a partir do nosso ponto de vista. Uma visão parcial, portanto. E inevitável. E nesse sentido não posso deixar de refletir sobre o paralelo com a visão que possuímos do universo mais próximo que nos habita. Tudo que enxergamos, analisamos e interpretamos parte apenas do nosso ponto de vista. Parte apenas do lugar que ocupamos, no momento. A falta de distanciamento crítico nos leva à ilusão de que o cosmos gira a nossa volta(Terra) e que os acontecimentos diários são pessoais. E criamos nossas verdades. Respiro e reflito. O ano já cumpriu seu primeiro trimestre. As estações mudaram. Estamos no Outono. E repasso como um raio de pensamento o filme do passado recente Respiro mais uma vez profundamente. Não sabemos ao certo o que vem por aí. O ano começou quente, não só pelos altos graus Celsius, mas pelos acontecimentos diários: catástrofes acontecendo em toda parte, escândalos, o absurdo nos surpreendendo a todo instante, a sujeira e hipocrisia sendo remexida e vinda à tona. Respiro mais uma vez. Estou na varanda da minha casa e começo a ouvir a gritaria das crianças chegando à escola municipal que fica em frente. E aí me lembro do que um amigo uma vez me disse: - Quando ouço as vozes de crianças entrando e saindo da escola, sinto uma paz interior e relaxo... O mundo ainda está no mesmo lugar. O futuro está sendo preparado.

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