Alabama Monroe – o filme
Entrei despretensiosa pra
assistir ao filme Alabama Monroe.
Vi rapidamente a sinopse e crítica do filme e
decidi por ele. Normalmente me cerco de informações sobre qualquer filme antes
de assistir. Especialmente aquele dia acreditei na sinopse do filme, mesmo sem grandes evidências.
O objetivo naquele fim de tarde,
na saída do trabalho, era simplesmente
ficar sozinha, no escuro, em silêncio... arejar a cabeça, sair de cena e do
espírito dominante daquele dia.
Tinha decidido dar um ponto final
a uma história de aproximadamente cinco anos. Uma história sem história. Anos
de expectativas e apegos a um passado remoto e um futuro improvável. Foi um dia
de algumas despedidas internas. Não sem sofrimento. Uma tristeza...
Fui sendo surpreendida pela
beleza da história. Fui sendo encantada com o
enredo do filme que acontece entrecortado entre as cenas do presente, passado e futuro, de
forma clara e revelando gradativamente a história.
O diretor rompeu a linearidade do tempo, creio que tal como acontece na realidade,
enquanto vivemos. Mas ele fez isso com a mão certa. Não é facil utilizar esse recurso. Outros diretores tentaram e não foram tão
felizes.
A atuação e a química entre os atores é incrível. Primorosos com sua naturalidade. Cenas da vida real.
E, apesar dos personagens não representarem a vida da maioria das
pessoas que conhecemos e convivemos no nosso incrível lugar comum, são cenas de
uma vida real, recheada de crises, de questionamentos e especialmente de
perdas. Sem maquiagens.
A trilha sonora tem como
base o estilo musical de Bill Monroe, que criou e deu nome ao bluegrass. Música
country de primeira, mesmo para quem não curte o estilo.
E, apesar do estilo de vida cowboy
e do gênero musical , o filme se passa na Bélgica.
Fiquei pensando se minha empatia
com a historia do filme seria pelo meu estado de espírito naquele dia. Mas li posteriormente
as críticas sobre o filme e, embora não haja unanimidade, ele está super
bem avaliado. E concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
De certa forma fiquei aliviada
por saber que minha emoção tinha seguidores. E minha admiração não era
solitária.
Deixo na minha conta a emoção que
me contaminou por alguns dias. E a choradeira no carro enquanto voltava pra
casa.
Literalmente, lavei a alma.
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