domingo, 5 de janeiro de 2014

Orientação Profissional ou Coaching de carreira: Quantos de nós não gostariam de ter tido uma orientação sobre carreira, diante de tantas possibilidades e interesses?

Orientação Profissional ou Coaching de Carreira

Quantos de nós gostariam de ter tido uma orientação sobre carreira, diante de um momento de tantas possibilidades e interesses? 


Quantas informações nos faltaram nesse momento tão importante?

Quem disse que aos 18, 19 anos estaríamos preparados para fazer esse tipo de escolha?

O desenvolvimento e prática do coaching , mentoring e counselling tem contribuído fortemente para preencher esse espaço vazio deixado pelo sistema de ensino ou fazem parte do processo de amadurecimento e questionamento natural de carreira e realização pessoal e profissional em algum momento da vida das pessoas? 


Participei de um Simpósio recentemente sobre o tema Orientação Profissional e de Carreira, promovida pela ABOP (Associação Brasileira de Orientação Profissional) no Instituto de Psicologia da USP juntamente com o Fórum de Pesquisa em Orientação Profissional e de Carreira. 

Com o tema “QUAL ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PRECISAMOS E QUEREMOS? IMPASSES ÉTICOS, PRÁTICOS E TEÓRICOS DIANTE DAS NOVAS REALIDADES SÓCIO LABORAIS”, proposto por Jean Guichard  pude assistir a apresentação de estudos acadêmicos e participar de debates sobre coaching e carreira, com  professores e pesquisadores de diversas universidades nacionais e internacionais mas também com profissionais que atuam em empresas públicas e privadas.
 
...Diante dessa conjuntura planetária inquietante, não seria urgente desenvolver uma nova
concepção de orientação que realmente incluísse em seu cerne a preocupação com os outros e com o bem comum? Esta nova perspectiva levaria os indivíduos a se questionarem sobre as consequências de seu engajamento em qualquer atividade, para eles mesmos e para a humanidade como um todo.

Nesta nova estrutura de referência, até o objeto da orientação vocacional mudaria. Não se trataria mais somente da pessoa localizar algumas oportunidades que lhes são oferecidas em função de suas competências, de suas redes de relacionamento e do sentido que dá a sua existência. Mas também, deveria indagar-se sobre as consequências humanas – para ela e para as outras pessoas – sobre seu possível envolvimento em qualquer atuação profissional...

O Simpósio teve como objetivo apresentar, questionar, propor, desenvolver, adaptar e construir novos instrumentos, subsidiar políticas públicas, atender as mais diversas populações por meio das mais diversas designações : orientação profissional, orientação de carreira, coaching, mentoring, educação para a carreira, entre outros.

Destaco algumas reflexões:

1 A constatação de que as atividades de Educação para a Carreira (EC) é recente no país e ainda se encontra concentrada em consultórios, clinicas de universidades ou raras escolas particulares, direcionada principalmente aos jovens na fase de escolha do curso universitário, ao final do ensino médio e desenvolvido, em sua maioria, por psicólogos. 


A concepção de carreira sofreu grandes transformações e o mundo do trabalho é muito mais flexível, heterogêneo e complexo.  A carreira deixa de ser uma construção restrita aos contextos de organizações e passa a adequar-se ao contexto psicossocial.

Observa-se hoje diversas modalidades de trabalho e prestação de serviços informais que são encaradas como um negócio para pessoas que não foram ou não quiseram ser absorvidas pelo mercado de trabalho tradicional e que inventaram o seu trabalho.

Precisamos estar atentos e com os olhos abertos para outras atividades menos formais e pouco convencionais e para o fato de que o conceito de trabalho e emprego precisa ser revisto, sem preconceitos e como alternativas reais de sustentação diante deste novo cenário.

A modernidade se caracterizou pela centralidade de uma determinada noção de trabalho, .... Torna-se urgente buscar um outro eixo mobilizador e analítico para esta discussão e talvez as linhas de investigação sobre os “meios de sustentação da vida” (livelihoods) possam ser um caminho promissor.
(Peter Spink)


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