Recebi uma mensagem da
amiga Celia Zoccarato sobre Aceitação. E desde então fiquei pensando sobre o
tema. Esse sempre foi um tema difícil para mim. Não pelo entendimento lógico e
racional da palavra mas de ter que aceitar a Aceitação. Porque fui educada a
lutar pelo que eu quero, a buscar e abrir o meu próprio caminho, a acreditar na
força do meu pensamento e da minha vontade.
A aceitação sempre me remetia à
passividade. Afinal como saber a hora de parar e reconhecer o tempo de espera?
Sempre tive medo do comodismo, de dormir demais, de sonhar demais.
Aceitação, enfim,
implica em crer , já que por maior que
seja o nosso esforço , existe um tempo para acontecer, amadurecer e dar frutos. Exige tomar conhecimento do processo,
compreender o ritmo, refletir e aceitar. Pra não perder o time.
Gosto das palavras de Roberto Crema:
Aceitação não é conformismo, que fique bem claro! Trata-se de
alinhamento com a realidade. Para a transformação é necessário render-se
ao que é. Não está ao alcance dos despreparados. Só os que confiam, que aceitam
o que são e o que é.
Quando aceitamos o que estamos sendo, inclusive o nosso lado
sombrio, nos fazemos inteiros. Este processo de inteireza pessoal gera um
transbordamento de energia que nos impulsiona adiante, para a superação dos
impasses e transposição dos obstáculos. Quando nos aceitamos nos transcendemos,
naturalmente.
Apenas quem aceita a sua condição de ser prisioneiro, capacita-se para
empreender algum caminho, sempre árduo, de libertação. Apenas quem aceita a responsabilidade sobre sua vida, e deixa de ser vítima das
circunstancias, se torna capaz de
enfrentar e transformar esse destino e seu contexto.
Carl Rogers postulava que a pessoa dotada das capacidades de
aceitação incondicional do outro, empatia e congruência pessoal é facilitadora
de mudanças .
No meu trabalho de coaching, que tem como base a Antroposofia
e a construção da narrativa biográfica, estudo as variáveis que influenciam
a vida de uma pessoa em sua trajetória na vida. Assim como existem
características que nos constituem , como nossa hereditariedade genética, ou nosso temperamento, também é verdade que
somos dotados de capacidades de
transformar e reescrever a nossa estória.
Mas aceitar não é fácil. Implica em conhecer nossos limites. E passa pela Auto Aceitação, que é o primeiro passo para aceitação do outro. Quem se aceita abre-se naturalmente para aceitar o semelhante e os fatos. Torna-se íntegro, inteiro. Abre um espaço inteligente de compreensão. Faz-se agente facilitador da cura e da individuação ( seja lá em que nível de atuação esteja: psíquico, religioso, político, social, terapêutico)
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